Conflitos, disputas e negociações das diferenças: masculinidades homossexuais afeminadas. Rio de Janeiro, 1970-1980.

Le 23 avril de 19h à 21h
À la MIE – Maison des Initiatives Étudiantes, Salle des Actes
50 Rue des Tournelles, 75003, Paris

Conflitos, disputas e negociações das diferenças: masculinidades homossexuais afeminadas. Rio de Janeiro, 1970-1980. 
Prof. Dr. Fábio Henrique Lopes Departamento de História – UFRRJ

Duas constatações iniciais permitem a elaboração deste projeto. A primeira,“o gênero nem sempre se constitui de maneira coerente ou consistente nos diferentes contextos históricos” (BUTLER, 2003, p. 20), ele é um “processo que não tem origem nem fim, de modo que é algo que ‘fazemos’, e não algo que ‘somos’” (SALIH, 2012, p. 67). Essa compreensão possibilita a análise das regras, dos protocolos, das normas, dos jogos e estratégias de naturalização do(s) masculino(s) e do(s) feminino(s), ao mesmo tempo, permite identificar, investigar e analisar as históricas subversões, paródias, dissidências, desobediências e desestabilizações do gênero. Em relação ao masculino e à masculinidade, vários/as pesquisadores/as apontam seus múltiplos, variáveis e, em diversos casos e situações, contraditórios significados históricos. Por meio de seus trabalhos, conhecemos e exploramos a diferença das experiências masculinas no tempo e no espaço, desnaturalizando, assim, as “coerências de gênero”. Dessa forma, torna-se possível historicizar a rejeição da afeminação e a valorização da masculinidade viril em um recorte específico, a cidade do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1970 e 1980. A segunda constatação, as masculinidades e as homossexualidades não são fenômeno naturais e/ou universais. No lugar disso, elas têm historicidades; seus significados e experiências são datados/as, com determinadas condições de possibilidade.
A imprensa e os depoimentos orais são as fontes privilegiadas para esta reflexão. Com esse conjunto documental será possível historicizar: a) as possibilidades de performances estético-corporais; masculinas afeminadas; b) como o afeminamento do masculino foi tematizado, (des)valo rizado e hierarquizado; c) os sentidos atribuídos às feminilidades em performances masculinas; d) as relações, hibridações e diferenças historicamente forjadas entre heterossexualidade e homossexualidade, virilidade e afeminamento, masculinidade e feminilidade; e) as relações de poder, discriminações, ameaças, aversões e perigos que o afeminamento e um “excesso” de feminilidade representou para a masculinidade homossexual que era moldada no período, o da fase inicial do chamado “Movimento Homossexual Brasileiro” (MHB) e o da redemocratização.

Contamos com sua presença.
Venez nombreux. L’entrée est libre et gratuite.

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